sexta-feira, 18 de setembro de 2020

MEDITAÇÃO ZAZEN II




 · · · Zazen Um ensinamento sobre a meditação zen, por Monja Coen. Zazen literalmente significa Sentar Zen. Zen é uma palavra que vem do Sânscrito Dhyana ou Jhana e significa um estado meditativo profundo…

Saiba mais : https://universosakurazen.blogspot.com/2020/03/meditacao-zazen.html



sexta-feira, 11 de setembro de 2020

LENDA SAKURA


Uma linda história que nos faz refletir sobre o poder do amor verdadeiro


A lenda de Sakura nasceu há centenas de anos, no Japão antigo. Naquela época, os senhores feudais travaram batalhas terríveis, nas quais muitos humildes combatentes morreram, enchendo o país inteiro de tristeza e desolação. Os momentos de paz eram muito escassos. Uma guerra ainda nem havia terminado quando a outra começou.

Apesar de tudo, havia uma linda floresta que até a guerra não podia tocar. Estava cheio de árvores frondosas que exalavam perfumes delicados e consolavam os atormentados habitantes do antigo Japão. Não importa quantas batalhas houvesse, nenhum dos exércitos ousou manchar aquela maravilha da natureza.
Naquela linda floresta havia, no entanto, uma árvore que nunca floresceu. Embora estivesse cheia de vida, seus galhos nunca mostravam flores. É por isso que ela parecia magra e seca, como se estivesse morta Ele simplesmente parecia condenado a não gostar da cor e do aroma da floração.
A árvore permaneceu muito solitária. Os animais não se aproximaram dela por medo do contágio do seu mal estranho. A grama não cresceu em torno daquela árvore pelas mesmas razões. A solidão era sua única companhia. A lenda de Sakura nos diz que uma fada da floresta foi movida para ver aquela árvore que parecia velha, sendo jovem.
Em determinada noite, a fada apareceu ao lado da árvore e, com palavras nobres, ela a avisou que queria vê-la bonito e radiante. Disse que estava disposta a ajudar e então ele fez uma proposta. Ela, com seu poder, faria um feitiço que duraria 20 anos. Durante esse tempo, a árvore podia sentir o que o coração humano sente. Talvez assim que ele ficaria mais animada e talvez florescesse de novo.
A fada acrescentou que, graças ao feitiço, ele poderia se tornar uma planta e um ser humano, indistintamente, sempre que desejasse. No entanto, se depois de 20 anos ele não pudesse recuperar sua vitalidade e brilho, ele morreria imediatamente.
O encontro com Sakura
Assim como a fada disse, a árvore viu que ele poderia se tornar um ser humano e se tornar um vegetal novamente quando quisesse. Ele tentou ficar muito tempo como humano, para ver se as emoções humanas a ajudavam em seu propósito de prosperar. No entanto, o começo foi uma decepção. Por mais que olhasse em volta, só via ódio e guerra. Então ela se tornava uma árvore novamente durante uma boa temporada.
Os meses foram passando e também os anos. A árvore era como de costume e não conseguia encontrar nada entre os humanos para libertá-la de seu estado. No entanto, uma noite, quando ela se tornou humana, caminhou até um córrego cristalino e lá viu uma bela jovem. Foi a Sakura. Impressionado por sua beleza, a árvore que virou humano se aproximou dela.
Sakura foi muito gentil com ele. Para retribuir, ele a ajudou a levar a água até a casa dela, que ficava nas proximidades. Eles tiveram uma conversa animada em que ambos falavam com tristeza do estado de guerra em que o Japão estava e com a ilusão de grandes sonhos.
O milagre do amor
Quando a menina perguntou a ele qual era o seu nome, a árvore só dizia “Yohiro”, que significa “esperança”. Os dois se tornaram amigos muito próximos. Todos os dias eles se encontravam para conversar, cantar e ler poemas e livros de histórias maravilhosas. Quanto mais eu conhecia Sakura, mais eu sentia a necessidade de estar ao lado dela. Ele contava os minutos para ir ao encontro de jovem.
Um dia, Yohiro não aguentou mais e confessou seu amor a Sakura. Ele também confessou quem realmente era: uma árvore atormentada, que logo morreria porque ele não conseguira florescer. Sakura ficou muito impressionada e silenciou. O tempo passou e o prazo de 20 anos estava prestes a ser cumprido. Yohiro, que mais uma vez assumiu a forma de uma árvore, sentia-se mais triste a cada dia.
Uma tarde, quando a árvore menos esperava, Sakuro chegou ao seu lado. Ela o abraçou e disse que o amava também. Ela não queria que ele morresse, não queria que nada de ruim acontecesse com ele. Então, a fada apareceu novamente e pediu a Sakura para escolher se ela queria permanecer humana ou fundir-se com Yohiro na forma de uma árvore .
Ela olhou em volta e lembrou-se dos campos de guerra desolados e escolheu, então, se fundir para sempre com Yohiro. E o milagre foi feito. Os dois se tornaram um. A árvore então floresceu. A palavra Sakura significava “Flor de cerejeira”, mas a árvore não sabia disso. Desde então, o amor de ambos perfuma os campos do Japão.
Fonte original :  Lá Mente és Maravillosa
EndereçoR. Tulípa, 987 - Parque Industrial, Maringá - PR, 87065-320n

terça-feira, 1 de setembro de 2020

MEDITAÇÃO ZAZEN






Zazen é o nome da tradicional meditação zen budista. O primeiro passo para sua prática é escolher o tipo de assento que mais se adapta ao seu corpo: zafu, banquinho ou cadeira. E, se não for possível usar nenhum deles, pode-se praticar zazen mesmo deitado numa cama. Nenhuma das posições tem um significado especial ou esotérico e as demais orientações são comuns a todas elas.

UTILIZANDO O ZAFU - O zafu é uma almofada geralmente preta, redonda, de aproximadamente 20 centímetros de altura por 40 centímetros de diâmetro, com uma faixa branca vertical (nos templos e mosteiros, essa faixa traz o nome da pessoa que costuma usar o zafu ou o nome do templo). Depois das reverências apropriadas, segure o zafu com as duas mãos e gire-o de forma que faixa fique voltada para a parede.

Sente-se na metade da frente do zafu, com o corpo voltado para o centro da sala. Em seguida, gire o zafu para direita (sempre em sentido horário), segurando a faixa branca com a mão esquerda e usando a mão direita como apoio. Agora fique de frente para a parede.
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É importante ocupar apenas a metade da frente do zafu, pois ele não deve ser usado como um assento, mas como um apoio à coluna, mantendo os joelhos o mais perto possível do chão. Experimente e procure um zafu adequado à sua estrutura, o que lhe der a melhor sustentação.

A POSIÇÃO SENTADA NO ZAFU

Posição birmanesa - É a posição mais simples, para quem tem pouca flexibilidade e não consegue colocar um dos pés ─ ou ambos ─ na coxa contrária. Na posição birmanesa, os dois pés ficam no chão, um à frente do outro. Os joelhos também devem tocar o chão.
Meio-lótus (hanka-fusa) - É uma posição intermediária, na qual apenas um dos pés (esquerdo ou direito) é colocado sobre a coxa oposta. O outro pé fica no chão, debaixo da outra perna e bem próximo ao zafu. Os joelhos devem tocar o chão.
.Lótus completo (kekka-fusa) - Sente-se na metade da frente do zafu e coloque o pé direito sobre a coxa esquerda e o pé esquerdo sobre a coxa direita ─ ou vice-versa. Esta posição é, entre todas, a mais estável, pois a pernas estão em perfeita simetria. Os joelhos tocam o chão naturalmente.
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UTILIZANDO O BANQUINHO

Ao sentar-se no banquinho, fica-se numa posição chamada seiza. Na seiza tradicional, porém, não se usa banquinho nem outro suporte ─ os ísquios se apoiam nos calcanhares ─, mas não é uma posição recomendável para o zazen mais longo. O banquinho de madeira tem o assento inclinado, pois seu objetivo é apoiar a base da coluna e ajudar a distribuir o peso do corpo entre os ísquios e os joelhos.
Chegando ao seu lugar, abaixe-se, segure-o, ajoelhe-se e coloque-o sobre os tornozelos, sentando-se em seguida. Os banquinhos podem ser feitos de vários tamanhos e alturas, por isso experimente e escolha um banquinho adequado à sua altura.
Se não tiver um banquinho, use um zafu virado de lado e sente-se com os pés nas laterais. Se, nessa posição, sentir alguma dificuldade em manter o mudra cósmico no local adequado, pode ser útil usar uma toalha ou tecido grosso para apoiar as mãos.
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UTILIZANDO A CADEIRA

Posicione a cadeira de frente para a parede, distante mais ou menos 1 metro. Sente-se com as costas eretas, ocupando a metade da frente do assento. Se tiver problemas na coluna ou em qualquer outra parte do corpo e precisar se apoiar, procure usar uma cadeira de espaldar reto. O importante é manter a coluna e a cervical alinhadas.
Os pés devem ficar bem apoiados no chão, separados um do outro, alinhados aos ombros. Os joelhos devem ficar levemente abaixo dos quadris, para não obstruírem a respiração abdominal. Escolha uma cadeira adequada à sua altura ─ que permita que seus pés fiquem posicionados confortavelmente no chão.
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UTILIZANDO A POSIÇÃO DEITADA

Quando nenhuma das opções anteriores for possível, pode-se praticar deitado, na cama ou mesmo no chão. Para maior conforto, use luz baixa, que não indica diretamente nos olhos ─ os quais deverão permanecer abertos. Se possível, faça o mudra cósmico e siga as demais recomendações. O mais importante no zazen é o que se passa em sua mente, não com suas pernas e pés.
Em qualquer das posições anteriormente descritas, mantenha as roupas alinhadas, em ordem. Lembre-se de que está se encontrando com Buda.

ADAPTANDO O CORPO À POSTURA

Após sentar-se, coloque as mãos sobre os joelhos, com as palmas voltadas para cima. Balance o tronco para a esquerda e para a direita, como um pêndulo suave, reduzindo o ritmo até parar no seu eixo central. Sente-se com a coluna ereta, o queixo ligeiramente recuado para dentro. A coluna deve estar alongada como se um fio puxasse a cabeça para o céu e as pernas estivessem plantadas na terra. O corpo todo deve formar um triângulo, tendo como base os joelhos ou os pés, dependendo da posição.
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Coloque as mãos em contato com seu corpo, no mudra cósmico, formando uma elipse que deverá repousar sobre seus pés (se em posição de lótus completo). As pontas dos polegares ficarão em frente ao umbigo. Mantenha os braços livres e relaxados, ligeiramente afastados do tronco, como se estivesse segurando um ovo embaixo de cada axila, sem os partir.
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Os olhos devem permanecer entreabertos, com o olhar pousado num ângulo de 45°, a cerca de 1 metro de distância, sem focalizar nada em especial. Se estiver mais próximo da parede do que isso, imagine que seus olhos enxergam através dela. É importante manter os olhos entreabertos, pois, se estiverem fechados, é mais fácil sentir sonolência ou ser levado pela imaginação.
A RESPIRAÇÃO CORRETA

Ao iniciar, faça algumas respirações profundas ─ respire pelo nariz e exale completamente pela boca, sentindo o abdômen contrai-se com a saída do ar (kanki-issoku). Faça isso de uma a três vezes. Então feche a boca e respire pelas narinas naturalmente. Coloque a ponta da língua no céu da boca ─ no palato superior, atrás dos dentes frontais. Isso evita a salivação excessiva.
Perceba que, ao inspirar, o abdômen se expande e, ao expirar, ele contrai. Não force o movimento nem estufe a barriga ao inspirar. Procure manter a respiração abdominal. Evite a respiração torácica. No entanto, não devemos pensar em controlar a respiração. Observe como ela se altera conforme seus pensamentos e humores.
Ao inspirar, apenas inspire. A expiração deve ser mais longa que a inspiração. Permita que a respiração se manifeste naturalmente, suave e profunda, lenta e uniforme, sem esforço, até parecer que você não mais respira, mas que é respirado.
Esta respiração nova é uma libertação ─ você se esquece de si mesmo. Não haverá um eu respirando. Apenas inspiração e expiração acontecendo. Acompanhe as mudanças em você e se abandone a elas.
A MEDITAÇÃO ZAZEN

Não se concentre em nada em particular, nem tente controlar seus pensamentos. Deixe-os ir e vir livremente ─ sem apego nem aversão, entregando-se ao momento presente.
Em zazen, o corpo, a respiração e a mente devem estar unidos, formando a unidade que são. Nossa tendência é considerá-los separados. Experimente sentir a unidade. Mantendo a postura correta, a respiração se estabilizará e sua mente ficará naturalmente tranquila ─ ou não. Observe.
Mantenha-se imóvel durante todo o período, que pode ser de 20 a 50 minutos, dependendo do local de prática. Se sentir alguma dor, verifique se sua postura está correta. Se necessário, faça pequenos ajustes. Mas não fique se movendo muito ou tentado levantar os joelhos do chão. Pelo contrário. Procure relaxar no local da dor e pressionar os joelhos contra o chão, mantendo o alongamento da coluna. O corpo é sabedoria. Confie.
Se a dor persistir, sinta a dor. Ela tem cor, sabor, textura? Qual o ponto principal? Onde começar? É possível enviar oxigênio para a dor? Há momentos em que é possível esquecer-se da dor. Em outros momentos, ela parece ser tudo o que está acontecendo. Torne-se a dor e uma mudança acontecerá. Não haverá mais dualidade.
Pequenos desconfortos posturais são comuns no início da prática. Sinta-os. Não fuja deles se movendo. Não desista. O corpo se adapta e pode encontrar grande conforto ao se entregar à postura correta. Entretanto, esteja atento e também não se force a suportar dores que são fruto de lesões anteriores ao zazen. Nada é obstáculo à prática. Pelo contrário. O que estiver ocorrendo é o zazen.
Pensar, não pensar, além do pensar e do não pensar. Apenas sentar-se (shikantaza), e a grande realização dos Budas Ancestrais estará a seu dispor. Não é fechar a porta dos sentidos, mas é ceder, entregar-se, sem resistência. É desprender-se da intenção e do seu próprio eu para torna-se a vida da Terra.
“Eu, a grande Terra e todos os seres, juntos, simultaneamente, nos tornamos o caminho.” (Sidarta Gautama, no momento de sua iluminação, quando se torna Xaquiamuni Buda).

ENCERRANDO A PRÁTICA

Dois toques de sino marcam o final do período de zazen . Ainda sentado, faça uma reverência em gasshô*. Então coloque as mãos sobre os joelhos, com as palmas voltadas para cima, e balance o corpo suavemente, da esquerda para direita, fazendo um movimento pendular que inicia pequeno e vai aumentando.
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Respire longamente e desdobre as pernas com cuidado, especialmente se estiverem adormecidas. Espere que a circulação se refaça. Segure o zafu com a mão esquerda no local da faixa branca e, apoiando-se na mão direita, vire-se para o centro da sala. Se estiver no tan (elevado), levante-se sem tocar a parte de madeira, calce os chinelos e vire-se em direção ao zafu para arredondá-lo novamente. Se estiver no nível do chão, ajoelhe-se em frente ao zafu e o afofe, girando-o pelas laterais, sem usar os dedos mínimos e anulares. Coloque o zafu de volta à posição inicial (com a faixa branca voltada para o centro da sala), deixando-o pronto para um novo período.
Se estiver sentado no banquinho ou na cadeira, faça o mesmo, colocando-os na posição correta.
Depois de se levantar e de arrumar o zafu, bem como suas roupas, faça uma reverência em gasshô em direção ao seu lugar. Em seguida, gire pela direita e faça outra reverência em gasshô em direção ao centro da sala.


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Fonte: Zazen – A prática essencial do zen, Comunidade Zen Budista Zendo Brasil