quarta-feira, 31 de julho de 2019

DEPRESSÃO NO CONCEITO ESPÍRITA

A depressão é uma doença tão antiga quanto o homem, é uma tristeza profunda e prolongada.

A intensidade e a duração deste estado dependem da personalidade, dos fatores que desencadeiam o processo e da situação atual da vida do paciente.



Se considerarmos as populações encarnada e desencarnada, chegaremos a um número grandioso. A Espiritualidade Superior assevera que a Terra possui, ao todo (nos dois planos), uma população muito superior a vinte bilhões de espíritos e conclui-se estatisticamente que o número de depressivos alcança cifras alarmantes. Isto, porque a alma poderá prosseguir enferma após a desencarnação (ou morte).[1]

A depressão pode perdurar por toda a encarnação e acompanhar o espírito desencarnado no seu retorno ao mundo espiritual, sendo possível, ainda, que o espírito desencarnado e com depressão retorne para uma nova experiencia na Terra, trazendo consigo a enfermidade.
        
Embora a Medicina afirme, baseada em consistentes estudos, que a depressão é um distúrbio fisiológico do cérebro – daí a necessidade de tratamento clínico, o conhecimento espírita amplia esse entendimento para as carências e dificuldades do espírito imortal, de forma que a ciência busca justificativas na presente existência, enquanto o Espiritismo busca e analisa causas mais profundas, com base nas experiências reencarnatórias e evolutivas de cada um, e ainda considera a possibilidade de uma negativa influência espiritual sobre a pessoa, denominada obsessão.
        
Além de validar o tratamento médico, psicológico e psiquiátrico, o Espiritismo, através das casas espíritas, proporciona o tratamento espiritual – que consiste nas palestras doutrinárias e nos passes magnéticos – e incentiva o hábito das leituras esclarecedoras e edificantes, para que a pessoa compreenda melhor sua realidade como espírito imortal reencarnado e busque, mais eficientemente, a elevação de sua autoestima.
        
Os contratempos, ao nos forçarem o reconhecimento da própria fragilidade e vulnerabilidade, convidam-nos à busca da religiosidade e de um diálogo, alicerçado na fé, entre Aquele ou aqueles que, pertencentes a uma outra dimensão, representam a força e a proteção.
        
Através da Doutrina Espírita, podemos aprender que somos responsáveis pelo próprio bem-estar. Mas, para isso, é preciso sair da ilusão de culpar as pessoas, a vida, o destino e reassumir a capacidade de dirigir a própria vida. Questionar mesmo a validade de nossos sofrimentos e buscar alternativas mais eficientes na solução daquilo que é desagradável e triste para nós são atitudes amadurecidas que necessitamos adotar.
        

        





REFERÊNCIAS
CLARO, Izaías; Depressão: causas, Consequências e Tratamento. Matão/SP: Casa editora O Clarim, 1998, 1ªed.


MAIS ARTIGOS:
Depressão em adolescentes

segunda-feira, 22 de julho de 2019

DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES

A depressão em adolescentes parece estar aumentando num ritmo assustador. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é “a maior causa de doença e de incapacidade de meninos e meninas entre 10 e 19 anos”.


Carol diz: “Quando tenho uma crise de depressão, eu não sinto vontade de fazer nada, nem as coisas que normalmente gosto muito de fazer. Só tenho vontade de dormir. Eu sinto que não mereço ser amada, que não sirvo pra nada e que sou um peso para as pessoas.”
Rose diz: “Eu já pensei em me matar. Mas não é que eu queira mesmo morrer. Eu só queria parar de me sentir assim. Geralmente, eu me importo com as pessoas. Mas, quando estou deprimida, não me importo com nada nem com ninguém.”
Marisa diz: "É como se você estivesse presa num buraco bem fundo e escuro, sem poder sair. Eu não entendo o que está acontecendo e parece que não sou a mesma pessoa".
Buscando sinais de que o adolescente está deprimido
1- Procure por sinais de irritabilidade que durem mais de duas semanas. A irritabilidade é um dos sinais mais comuns de depressão na adolescência. Ela pode ser um estado de espírito "irritadiço" geral que também pode vir com mudanças de humor que levam à tristeza. O adolescente pode 'resmungar' para você com mais frequência do que o normal e parecer infeliz. Ele também pode entrar repentinamente em profunda tristeza, ou chorar muitas vezes de aborrecimento e insatisfação.
Por exemplo, se o adolescente for normalmente feliz e agradável, mas, de repente, tornar-se mal-humorado, ou exageradamente irritado ou triste com um monte de coisas.
2- Súbita falta de interesse em atividades e coisas pelas quais ele costumava ter uma paixão. Embora isso possa significar que ele está apenas crescendo e deixando de gostar de uma determinada atividade, perder o interesse em muitas atividades pelas quais ele mostrava um grande amor no passado deve ser um sinal de alerta.
Por exemplo, se a sua filha teve uma paixão por fazer curso de línguas por muito, mas de repente não tem energia ou desejo de estudar, isso pode ser um sinal de depressão.
3- Como anda os hábitos alimentares do adolescente. Se você notou uma mudança repentina e drástica nos hábitos alimentares, como comendo mais que o habitual, ou comendo menos e tendo que ser estimulado a comer, ou até mostrando desinteresse pelo alimento.
4- Acompanhe os hábitos de sono do seu filho. A depressão pode levar a sentimentos de exaustão, mas também pode levar à inquietação. Se seu filho de repente ficar muito inquieto ou não conseguir dormir à noite, estando sempre aparentemente cansado, você pode ter razão para estar preocupado. Alterações no sono podem incluir: Extrema dificuldade para acordar pela manhã e exaustão ao longo do dia.
Dormir muito mais do que o habitual, como dormir praticamente a qualquer momento. O sono é considerado excessivo quando ultrapassa 9 horas por dia.
5- Algumas pessoas com depressão vão mostrar  o oposto da agitação física — elas vão se mover de forma muito mais devagar do que o normal e parecerão não ter pressa para fazer qualquer coisa ou chegar a qualquer lugar.
6- Fique atento se o adolescente começar a fazer comentários negativos sobre si mesmo. Ao mesmo tempo, ele pode tornar-se excessivamente sensível à rejeição, o que pode levá-lo a dizer mais coisas negativas sobre si mesmo. Exemplos seriam:
"Eu não sou boa o suficiente."
"Eu não merecia de qualquer maneira."
"Eu sou gorda / feia / idiota."
7- Monitore as notas e o desempenho da adolescente na escola. A depressão pode levar o adolescente a não se preocupar com a escola ou com as notas. Se o estudante normalmente tira notas boas e de repente começar a tirar notas ruins, faltar na escola ou simplesmente mostrar um desinteresse extremo no que ela está estudando, ele pode estar deprimido.
8- Observe se tem queixa frequentemente de dor física. A depressão pode levar à dor física, como dores de cabeça e dores no estômago. 
9- Auto-mutilação -  a mutilação é o grito de socorro de uma pessoa que não consegue falar. Observe os braços e pernas se não estão machucados. Adolescentes com depressão se cortam, se arranham, se queimam. Uma manifestação enorme de sofrimento que pode ser o primeiro sinal de que algo está indo muito mal e o ato funciona como um mecanismo para aliviar uma tensão, uma válvula de escape para desviar a dor emocional para o machucado que provocou.
Importante ressaltar que quem se corta uma vez, irá se cortar outras vezes. Começam a usar com frequência blusas de mangas compridas e calças para esconder as marcas.  
10- Procure ajuda profissional imediatamente se o adolescente estiver mostrando sinais de ser suicida como: 
Verbaliza sobre seu sofrimento que está cansado, que quer sumir, que não quer acordar mais, etc 
Doar pertences.
Falar sobre como você, sua família e o mundo seriam melhores sem ela.
Comportamento perigoso ou de autodestruição como abuso de drogas ou álcool, ou direção perigosa.
Ameaçar cometer suicídio. De 50% a 75% das pessoas considerando o suicídio darão a um membro da família ou amigo algum aviso que elas vão cometer suicídio. Embora algumas pessoas não sigam com o plano adiante, toda ameaça de suicídio deve ser levada a sério.
Esqueça a frase de que cão que ladra não morde.

sábado, 13 de julho de 2019

DEPRESSÃO CLINICA



  • A depressão é um transtorno comum que envolve humor deprimido e/ou perda quase completa do interesse ou prazer em atividades que eram anteriormente apreciadas; manifestações somáticas (p. ex., alteração de peso, distúrbios do sono) e cognitivas (p. ex., dificuldade de concentração) são comuns.
  • A depressão pode prejudicar acentuadamente a capacidade de funcionar no trabalho e interagir socialmente; o risco de suicídio é significativo.
  • Às vezes, os sintomas depressivos são causados por distúrbios físicos (p. ex., doenças tireoidianas ou da glândula suprarrenal, tumores cerebrais benignos ou malignos, acidente vascular cerebral, AIDS, doença de Parkinson, esclerose múltipla) ou uso de certos medicamentos (p. ex., corticoides, alguns betabloqueadores, interferon, algumas drogas recreativas).

A causa exata dos transtornos depressivos é desconhecida, mas fatores genéticos e ambientais contribuem.

A Depressão está classificada como Transtornos de Humor no Manual de Diagnósticos de Transtornos Mentais (DSM) dentre aqueles transtornos que tem como característica predominante uma perturbação de humor.
Os transtornos depressivos ocorrem em qualquer idade, mas normalmente se desenvolvem em meados da adolescência, terceira ou quarta década de vida




Depressão maior (depressão unipolar)


Os pacientes podem parecer infelizes, com olhos lacrimejantes, testa enrugada, cantos da boca voltados para baixo, postura retraída, pouco contato visual, perda da expressão facial, pouco movimento corporal e mudanças no discurso (p. ex., voz suave, perda da prosódia, uso de palavras monossilábicas). A aparência pode ser confundida com doença de Parkinson. Em alguns pacientes, o humor deprimido é tão profundo que as lágrimas secam; eles relatam que ficam incapazes de sentir as emoções habituais e sentem que o mundo se tornou sem cor ou sem vida.
A nutrição pode estar gravemente comprometida, exigindo intervenção imediata.

Alguns pacientes depressivos negligenciam a higiene pessoal ou mesmo seus filhos, entes queridos ou animais de estimação.

Para o diagnóstico, ≥ 5 dos seguintes devem ter estado presentes quase todos os dias durante o mesmo período de 2 semanas, e um deles deve ser humor deprimido ou perda de interesse ou prazer:
  • Humor deprimido durante a maior parte do dia, quase todos os dias, indicado por relato subjetivo (por ex. , sente-se triste ou vazio) ou observação feita pelos outros (por ex., chora muito)
  • Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades durante a maior parte do dia
  • Ganho ou perda de peso significativo (> 5%) ou diminuição ou aumento do apetite
  • Insônia (muitas vezes insônia de manutenção do sono) ou hipersonia
  • Agitação ou atraso psicomotor observado por outros (não autorrelatado)
  • Fadiga ou perda de energia
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada
  • Capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou indecisão
  • Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio
Uma porção significativa de mulheres relata uma piora dos sintomas alguns dias antes do início da menstruação. Estudos indicam que episódios depressivos ocorrem com frequência duas vezes maior em mulheres do que homens.






   
Transtorno disfórico pré-menstrual

O transtorno disfórico pré-menstrual envolve sintomas de humor e ansiedade claramente relacionadas ao ciclo menstrual, com início durante a fase pré-menstrual e um intervalo livre de sintomas após a menstruação. Os sintomas devem estar presentes durante a maioria dos ciclos menstruais por todo o último ano.

Manifestações são semelhantes àquelas da síndrome pré-menstrual, mas são mais graves, causando sofrimento clinicamente significativo e/ou prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional. O transtorno pode começar a qualquer momento após a menarca; pode piorar com a aproximação da menopausa, mas cessa depois da menopausa. Estima-se que a prevalência seja 2 a 6% em mulheres que menstruam em um dado intervalo de 12 meses.
Para o diagnóstico, os pacientes devem ter ≥ 5 sintomas durante a semana antes da menstruação. Os sintomas devem começar a diminuir em alguns dias após o início da menstruação e tornam-se mínimos ou inexistentes na semana após a menstruação. Sintomas devem incluir ≥ 1 dos seguintes:
  • Oscilações de humor acentuadas (p. ex., sentir-se de repente triste ou chorosa)
  • Irritabilidade ou raiva acentuada ou conflitos interpessoais intensificados
  • Depressão acentuada, sensação de desesperança ou pensamentos de autodepreciação
  • Ansiedade acentuada, tensão ou sensação de nervos à flor da pele
Além disso, ≥ 1 dos seguintes deve estar presente:
  • Interesse diminuído em atividades habituais
  • Dificuldade de concentração
  • Baixa energia ou fadiga
  • Alteração significativa no apetite, comer em excesso ou desejos por alimentos específicos
  • Hipersonia ou insônia
  • Sensação de opressão ou de falta de controle
  • Sintomas físicos como dor à palpação ou edma de mamas, artralgia ou mialgia, sensação de estar empanturrado e ganho de peso

Outros transtornos depressivos

Grupos de sintomas com características de transtorno depressivo que não atendem todos os critérios para outros transtornos depressivos, mas que causam sofrimento ou prejuízo do funcionamento clinicamente significativo são classificados como outros transtornos depressivos (especificados ou não especificados).

Estão incluídos períodos recorrentes de disforia com ≥ 4 outros sintomas depressivos que duram < 2 semanas em pessoas que nunca atenderam os critérios para outro transtorno de humor (p. ex., depressão breve recorrente) e os períodos de depressão que duram mais tempo, mas que incluem sintomas insuficientes para o diagnóstico de outro transtorno depressivo.

Especificadores

Depressão maior e transtorno depressivo persistente podem incluir um ou mais especificadores que descrevem manifestações adicionais durante um episódio depressivo:
  • Sofrimento ansioso: pacientes se sentem tensos e extraordinariamente inquietos; eles têm dificuldade de concentração porque se preocupam ou temem que algo terrível pode acontecer, ou eles sentem que podem perder o controle deles mesmos.
  • Características mistas: pacientes também têm ≥ 3 sintomas de mania ou hipomaníacos (p. ex., humor elevado, grandiosidade, maior loquacidade do que o habitual, fuga de ideias, diminuição do sono).
  • Melancólico: pacientes perderam o prazer em quase todas as atividades ou não respondem a estímulos geralmente agradáveis. Eles podem estar desanimados ou desesperados, sentir culpa excessiva ou inapropriada, ter despertar matutino precoce, agitação ou retardo psicomotor marcantes e anorexia ou perda de peso significante.
  • Atípico: o humor dos pacientes melhora temporariamente em resposta a eventos positivos (p. ex., visita de filhos). Eles também têm ≥ 2 dos seguintes: reação exagerada a críticas ou rejeição percebida, sentimentos de paralisia de chumbo (sensação pesada ou de peso, geralmente nas extremidades), ganho de peso ou aumento de apetite e hipersonia.
  • Psicótico: pacientes têm delírios e/ou alucinações. Delírios muitas vezes envolvendo ter cometido pecados ou crimes imperdoáveis, de portar transtornos incuráveis ou vergonhosos ou de ser perseguido. Alucinações podem ser auditivas (p. ex., ouvir vozes acusatórias ou condenatórias) ou visuais. Se apenas vozes forem descritas, deve-se ter consideração especial se as vozes representam alucinações verdadeiras.
  • Catatônico: pacientes têm retardo psicomotor grave, envolvem-se em atividade excessiva sem propósito e/ou se isolam; alguns pacientes fazem caretas e imitam fala (ecolalia) ou movimento (ecopraxia).
  • Início no peri-parto: o início ocorre durante a gestação ou até a quarta semana após o parto. Características psicóticas podem estar presentes; infanticídio é frequentemente associado a episódios psicóticos envolvendo alucinações de comando para matar o bebê ou delírios de que o recém-nascido está possuído.
  • Padrão sazonal: os episódios ocorrem em um determinado momento do ano, na maioria das vezes no outono ou inverno.
Obs: Caro leitor, neste arquivo foi abordado apenas alguns tipos de transtorno depressivo, existe outros critérios de diagnóstico psiquiátrico e transtornos associados e somente o médico Psiquiatra poderá fazer o diagnóstico correto.


REFERENCIAS:
DSM-IV - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - Tradução Dayse Batista - 
4ªed. - Porto Alegre: Artes Médicas, 1995